sábado, fevereiro 01, 2003

Substituiveis.

Eu acho que tudo se resume ao fato de no fim, todos nós sermos substituiveis. Pense bem. Quando você vai embora, as pessoas não gostam de ficar muito tempo com o espaço que você ocupava, vazio, então, elas preenchem ele com outras pessoas. Tão simples quanto isso. Elas não gostam de sofrer. Elas são simples. Não gostam da dor. Não gostam da melancolia. Então elas vivem banalmente suas vidas. E vão substituindo a todos e tudo. E são substituidas. Mas aceitam, afinal, a sociedade em que vivemos é assim.


'Mais vale destruir que conservar. Quanto mais se remenda, pior se fica.'

E eu me sinto assim. Já não vale a pena voltar, porque não há espaço pra mim. Todas as funções já foram ocupadas.

sleep tight, dream right, we have two hundred couches
where you can sleep tight, dream right, we have two hundred couches
where you can sleep tight, dream right, we have two hundred couches
where you can sleep tonight, sleep tonight, sleep tonight, sleep tonight

yup. estou ouvindo PDA. Interpol.

Aliás...as unicas palavras que populam minha mente hoje são letras de música. Your kiss so sweet, your sweat so sour. Your kiss so sweet, your sweat so sour. Sometimes I'm thinking that I love you but I know it's only lust

Caralho. Eu tô aqui, sentada no meu cantinho, sem estar no icq, em frente ao computador, tentanto escrever um trabalho sobre o Vertov e as únicas palavras que vem na minha cabeça são:
'Cause when I needed someone to talk to
You were the only one around
Small cost, it pays to be alone


e tá um frio do caralho, apesar de estar 11 graus, parece que está uns 3 e você tem cara de gangster, mas eu te amo.

Ó.

Sim. Ele tem cara de gangster. Mas é lindo.

Bahhh.

Ah sim. Trabalhando num novo album.

Let me get some action from the back section
We need body rocking not perfection

Ei. Cadê os Beastie Boys?

My love is bigger than your love
We take more drugs than a touring funk band
Sing it
My love is bigger than your love
Sing it
My love is bigger than your love
Sing it
My band is better than your band
We've got more songs than a song convention
Sing it
My love is bigger than your love
Sing it
My love is bigger than your love
Sing it
And we're all going straight to hell
My dad is bigger than your dad
He's got eight cars and a house in Ireland
Sing it
My love is bigger than your love
Sing it
My love is bigger than your love
Sing it
When we gonna torch the restaurant?
Sing it
When we gonna pay the guild dog?
Sing it
My love is bigger than your love
Sing it
My love is bigger than your love
Sing it
And we're all going straight to hell
My love is bigger than your love
We take more drugs than a touring funk band
Sing it
My love is bigger than your love
Sing it
My love is bigger than your love
Sing it
When we gonna torch the restaurant?
Sing it
When we gonna get excited?
Sing it
My love is bigger than your love
Sing it
My love is bigger than your love
Sing it
And we're all going straight to hell

idéia



não tem acento aqui em Portugal. Geléia também não. E palavras proparoxítonas são chamadas palavras exdrúxulas.
lindo não? essa nossa língua portuguesa.

sexta-feira, janeiro 31, 2003

Ainda se eu tivesse bolas, mandaria essas pessoas lamberem minhas bolas.

Eu acho engraçado essas pessoas que fazer questão de mostrar que só ouve musica alternativa. Eu tenho uma amiga por exemplo, que eu perguntei para ela que tipo de musica ela ouvia. O dialogo foi mais ou menos assim:

- Entao, que tipo de musica voce gosta?
- Alternativa.
- Mas alternativa o que?
- Alternativa.
- Mas...
- Alternativa.

Porra. E não fala o que ouve. E sempre que eu pergunto alguma coisa a resposta é: MUSICA ALTERNATIVA. Oras. Vai tomar no cu pessoas que fazerm questao de mostrar que soh escutam um estilo de musica.

quarta-feira, janeiro 29, 2003

Será só eu, mas o nome da minha impressora é engraçado: BubbleJet.

Ok. Eu sei. só eu que acho graça.

Reticências

- Alvaro de Campos

Arrumar a vida, pôr prateleiras na vontade e na ação.
Quero fazer isto agora, como sempre quis, com o mesmo resultado;
Mas que bom ter o propósito claro, firme só na clareza, de fazer qualquer coisa!
Vou fazer as malas para o Definitivo,
Organizar Álvaro de Campos,
E amanhã ficar na mesma coisa que antes de ontem — um antes de ontem que é sempre...
Sorrio do conhecimento antecipado da coisa-nenhuma que serei.
Sorrio ao menos; sempre é alguma coisa o sorrir...
Produtos românticos, nós todos...
E se não fôssemos produtos românticos, se calhar não seríamos nada.
Assim se faz a literatura...
Santos Deuses, assim até se faz a vida!

Os outros também são românticos,
Os outros também não realizam nada, e são ricos e pobres,
Os outros também levam a vida a olhar para as malas a arrumar,
Os outros também dormem ao lado dos papéis meio compostos,
Os outros também são eu.
Vendedeira da rua cantando o teu pregão como um hino inconsciente,
Rodinha dentada na relojoaria da economia política,
Mãe, presente ou futura, de mortos no descascar dos Impérios,
A tua voz chega-me como uma chamada a parte nenhuma, como o silêncio da vida...
Olho dos papéis que estou pensando em arrumar para a janela,
Por onde não vi a vendedeira que ouvi por ela,
E o meu sorriso, que ainda não acabara, inclui uma crítica metafisica.
Descri de todos os deuses diante de uma secretária por arrumar,
Fitei de frente todos os destinos pela distração de ouvir apregoando,
E o meu cansaço é um barco velho que apodrece na praia deserta,
E com esta imagem de qualquer outro poeta fecho a secretária e o poema...
Como um deus, não arrumei nem uma coisa nem outra...

AHHHH! Eu quero estudar musica.

terça-feira, janeiro 28, 2003

Preciso de um tempo pra ter inspiração.

Coisas que estavam no meu blog que ninguém tinha acesso.

a tarde que chovia demais e ninguém sabia pra onde correr.

Meio dia. Bein bein bein. Aquela campainha infernal tocava sem parar. Fui obrigada a sair da cama. Não era ninguém. Malditos pirralhos que não tem o que fazer e ficam tocando a campainha dos outros. Malditos.
Meio dia e um cigarro aceso. Meio dia e quinze, 3 cigarros num copo de requeijão improvisado de cinzeiro. Meio dia e trinta 5 cigarros no cinzeiro improvisado e uma caixa de Marlboro vazia. Tinha que sair daquele lugar. Não aguentava mais aquele cheiro de romance amanhecido. A noite passada tinha sido "tudo", como ele mesmo descreveu. Eu precisava arranjar um amante que descrevesse uma noite de sexo com mais de uma palavra. Mas enfim. Júlio fazia bem seu papel. Não. Ele não chegava a ser um brinquedo sexual. Nós eramos parceiros. Parceiros da noite. Toda Terça, Quinta e sexta após as nove, a gente se encontrava naquele moquifo. Era um prédio de esquina, em cima de um bingo. O lugar era terrivelmente pequeno. Limpinho até. Mas abafado. O som dos números sendos anunciados com aquela voz de Silvio Santos era horrivel. Mas funcionava para a gente. Não ligavamos de ficarmos 3 noites por semana grudados. Era bom. Era fodidamente bom. Era mais que o "tudo" de Júlio. Mas nunca quis me dar totalmente pra ele. Eu guardava um pedacinho de mim pra outro. Outro, que era o maior filha da puta que eu conhecia. Mas ele tinha profundidade. Ele entendia as coisas. Ele sabia do que eu estava falando. Ele discutia comigo, arranjava mil argumentos contra as minhas ideias. Eu sabia que ele me entendia. Eu sentia. E ele sabia também. Mas ele tinha medo. E por isso eu guardava aquele pedacinho de mim só pra ele. Mais ninguém. Nunca ninguém ia ter o prazer de eu ter me entregado por completo. Ele tinha um pedacinho meu só dele. Lá esperando por ele. Esperando ele tomar posse.
Tinha que comprar mais cigarros. Não ia aguentar a sexta-feira sem cigarros. Sai. Desesperada a procura de cigarros. E se esse bairro fosse de não fumantes? E se ninguém ali fumasse? Por fim encontrei um velhinho na rua vendendo cigarros Fre (é, com um e mesmo) a 0,50 centavos. 3 por 1 real. Contei as moedinhas e dei pro velhinho. O barulinho fino da chuva começava a invadir a rua. Nem me preocupei. Já estava literalmente fodida, uma chuva não iria me fazer mal. O céu ficou preto. E a chuva apertou. As pessoas corriam, sem destino, tentando desviar da chuva. Que coisa mais estupida. Ninguém ia conseguir desviar da chuva. As pessoas eram como se fosse eu. Sem destino. Fugindo de algo que não queriam, nem poderiam enfrentar. Chovia demais. Ninguém sabia pra onde correr.

segunda-feira, janeiro 27, 2003

quando eu for fazer filmes eu quero que a trilha sonora seja feita por eles aqui ó: Kronos Quartet.